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Sol e frio (claro que não é um texto novinho)

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“Não está disponível? Como assim não está disponível?”

Meia hora num telefonema, uma reclamação qualquer… Isso custa ao sujeito um bom tanto de vida. Nos dias de hoje, é assim. Em que dia estamos mesmo, hein?

Frio e sol ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, enquanto nos States neguinho morre por causa do calor. Se essa cidade fosse sempre assim, sol e friozinho chegando juntos, o mar lá no fundo, seria um pico perfeito.

Felizes com o defeito?

“Já te falei que isso é do jogo, cara. É do jogo e pronto.”

“Você é mesmo egoísta demais. Nunca está disponível.”

Havia um técnico como sempre pronto a ganhar algum dindim. Mas pelo menos estava disponível e consertou o computador. Será que em algum momento da humanidade já houve um brinde do tipo “Aos técnicos de todo o mundo…”?

Havendo vitrolas disponíveis para tantos discos quanto forem surgindo, o sujeito pode dar-se por tranquilo. Pode? Melhor assim? Melhor ter um mundo de marketing, bem arrumadinho? E quando ele às vezes parece fazer parte da bênção de uma determinada época, quando ele vem junto com o sol e o frio, a onda perfeita? A gente precisa ser mesmo assim tão desconfiado? Ou é pra desconfiar só aí mesmo e no mais está tudo OK?

Era um fim de tarde em que o time do cara ia receber um novo jogador. Um ídolo estava saindo de cena. E havia outro chegando. Um matador. Uma promessa de arrasos no campo, de gols esmagadores sobre os adversários mais odiosos. Havia um palco montado para esse novo matador.

“Não tem milk shake de chocolate? Isso é inadmissível. Essa opção não deveria estar disponível…”

“Porra, beber cerveja de novo!?!”

1.500 pessoas reunidas no aeroporto, para gritar o nome do novo ídolo-matador e o cara faz o quê? Procura defeito na festa? Por que não aproveitar o ídolo e beleza, como todo mundo vai fazer? Esse papo de querer fazer qualquer coisa parecer um filminho de Woody Allen é bobagem demais.

Como pode o cara se emocionar, enxergar vitórias, ali, na chegada daquele artilheiro e ao mesmo tempo ficar com essas babaquices de correção política, ou melhor, de correção mercadológica?

Correção mercadológica?

“É.”

“Um vício que o cara adquire. Ele é levado a uma série de constantes comparações, aleatórias, emendadas, paralisantes. Verdadeiras torturas. Há um movimento pela inclusão da ‘Correção mercadológica’ na lista de novas doenças da Organização Mundial de Saúde. Não se sabe quantas pessoas sofrem desse mal.”

“Um conceito fresquinho. Está bastante disponível.”


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